LPR: Como funciona a leitura de placas no monitoramento
- Gollo Soluções em Segurança

- 21 de ago.
- 6 min de leitura

Com o aumento de veículos em circulação, a identificação de carros e motos em diversos lugares é cada vez mais necessária. Seja para trazer comodidade em um acesso rápido à garagens de condomínios, ou para segurança física e patrimonial. O LPR pode ajudar.
Em muitos lugares, quando um médico, por exemplo, chega ao hospital em que trabalha, o sistema de segurança identifica a placa do veículo e tem a liberação de acesso imediata. Tudo de forma automática, sem que uma pessoa precise acionar a abertura do portão ou cancela.
Também é comum em estacionamentos particulares. No caso de uma pessoa que paga mensalmente para ter o espaço, quando ela chega com o carro, o veículo é identificado e, automaticamente, recebe autorização de entrada.
Isso acontece, justamente, por causa de um recurso da segurança eletrônica, o License Plate Recognition (LPR). Na tradução, Reconhecimento de Placas Veiculares.
De início, essa tecnologia não serve, apenas, para abrir e fechar portões automaticamente. A leitura de placas pode auxiliar setores de segurança pública e privada na identificação. Mais abaixo você vai ver como isso pode ser feito.
Em resumo, nesse artigo a gente busca, de forma simples, explicar e detalhar alguns pontos importantes sobre o LPR.
O que saber antes de usar o LPR
A princípio, o sistema LPR permite a identificação de placas veiculares e esse reconhecimento pode servir para várias situações; desde a identificação de um veículo roubado, utilizado para assaltos, ou até mesmo para um controle de acesso.
Neste último caso, o sistema permite abrir o portão de uma empresa ou condomínio assim que o veículo com placa autorizada passa pela câmera de segurança.
São várias as possibilidades de utilização desse sistema. Porém, antes de usufruir dessa tecnologia é muito importante que você saiba de alguns detalhes.
LPR com Wide Dynamic Range (WDR)

Se o equipamento tem recursos como Wide Dynamic Range (WDR), que compensa a iluminação em um ambiente mais escuro ou muito iluminado, e uma lente varifocal, que permite focar objetos à distância sem perder o foco, a tecnologia para identificação de imagens fica ainda mais precisa.
Em primeiro lugar, entenda que câmeras sem essas tecnologias, se utilizadas para entradas e saídas como portões ou cancelas de condomínios residenciais e empresariais, por exemplo, deverão estar numa altura de 1,5m.
Ademais, a lente varifocal permite a instalação desse tipo de câmera numa altura mais distante do foco central da imagem. É que dá para fazer ajustes nesse tipo de tecnologia para focar o ponto de passagem do veículo.
Por outro lado, o WDR evita que a imagem da câmera, direcionada para a placa dianteira de um carro, seja ofuscada com a luz do farol do veículo.
Uma dica importante: se essa câmera for para reconhecer a placa traseira dos veículos, o operador de segurança não vai ter problemas de luz do farol na lente. Além disso, vai conseguir armazenar informações de motos, já que têm, apenas, essa placa.
Alguns vilões do LPR
Não só a localização da câmera no projeto, mas a angulação dela também será importante. Lembre-se de que não pode ter objetos atrapalhando a leitura das placas. Muito cuidado também com grades de portões porque são as vilãs dos LPR’s em condomínios.
Do mesmo modo, a câmera não deve ter um ângulo maior do que 30º para cima ou para baixo e nem para os lados. Quando a imagem fica muito na vertical ou horizontal, o reconhecimento da placa pode não acontecer da forma que se espera.
Pense assim: se você pode ler perfeitamente, a olho nu, em todas as condições oferecidas no ambiente em questão, então está praticamente tudo OK para que o projeto siga adiante.
Agora, se existe algum impedimento na leitura a olho nu, então são necessárias correções porque a câmera não vai fazer esse ajuste de forma autônoma.
Qual é a melhor configuração para o LPR
Em primeiro lugar, A configuração da câmera é um passo fundamental. Você não precisa de uma imagem 4K, ultrawide com 60 FPS para fazer um LPR. Configurações mais simples já ajudam.
Uma rodovia com veículos em alta velocidade, por exemplo. Nesse cenário, o operador vai precisar de uma câmera com lente varifocal, WDR e um ajuste de FPS mais alto (de 25 a 30 frames).
Já em um ambiente onde o veículo deve parar para que o reconhecimento aconteça, nem sempre uma câmera varifocal vai ser necessária. Mesmo assim, a tecnologia WDR é indispensável.
Neste caso, a velocidade da imagem pode ser em torno de 10 a 15 frames, já que o veículo não vai estar em movimento. Ou seja, o processamento, aqui, pode ser mais lento.
Resolução x processamento
Em relação à resolução de imagem? O que devo fazer? Aqui muita gente pode cometer erros porque sempre se imagina que para trazer precisão para o LPR é necessária alta resolução.
Porém, quando falamos de CFTV (Circutio Fechado de TV), processamento de informação em alto nível, jogar imagens para um servidor com software de videomonitoramento e ainda gerar eventos através de um banco de dados, precisamos entender que quanto maior for o conjunto resolução e FPS, maior vai ser o bitrate.
Bitrate é, justamente, o tamanho do pacote a ser processado (lido) antes da entrega da informação da placa no monitoramento. Isso quer dizer que se a taxa de bits for alta, aumenta o consumo de internet, maior o consumo de armazenamento e maior o processamento da máquina.
Voltando à resolução, sendo 640×480 ou até mesmo 800×600 em uma stream dedicada para o LPR já é o suficiente para ter o resultado desejado. Talvez, até de uma forma melhor e mais rápida do que trabalhando com altas resoluções. E por qual razão?
Analise sempre: quanto maior for a resolução, maior vai ser meu pacote de dados. Logo, reduzindo a resolução de frames em uma stream exclusiva para essa função, vai ser possível trabalhar com um bitrate menor.
Em outras palavras, o resultado é um pacote de dados não tão grande e um processamento mais ágil.
Onde aplicar o LPR

Prédios comerciais/residenciais: controle de acesso de moradores, funcionários, prestadores de serviço;
Rodovias/mercados: identificação de veículos furtados, roubados ou usados para assaltos;
Estacionamentos (mensalistas): controle de clientes, permitindo acesso de pessoas com pagamento em dia e negando aos inadimplentes;
Gerar multas em condomínios residenciais/indústrias: o LPR somado a um controle de velocidade pode ser ideal para controlar a velocidade de veículos dentro de condomínios e outros locais privados e, assim, aplicar multas em quem desrespeita a regra.
Existem várias possibilidades de uso do LPR além das citadas acima. Isso vai depender da necessidade do cliente contratante dos serviços e até mesmo da criatividade para entregar uma solução para ele.
Lembrando que o sistema de LPR, por si só, não pode ser usado como sistema de controle de acesso, pois é mais um sistema “facilitador”, no qual temos conforto e agilidade.
Para que tenhamos, de fato, a segurança com o LPR, pode ser interessante fazer o uso dele integrado a um sistema de controle de acesso. Tendo como exemplo as clausuras veiculares onde, no primeiro portão, o veículo é identificado por uma tag e, no segundo portão, pela placa ou vice-versa.
LPR via software ou embarcado no equipamento

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No mercado existem softwares que entregam essa funcionalidade para usar em quaisquer câmeras adicionadas ao sistema (sempre seguindo as recomendações de uso) e também câmeras prontas com esse recurso embarcado, sem a necessidade de um software de videomonitoramento realizando esse processamento. Claro que tudo vai depender da necessidade e poder de investimento para saber qual será usado.
Via software (VMS)
Pode ser ativado em quaisquer câmeras dentro do sistema, seguindo as recomendações da empresa desenvolvedora, indiferentemente se são câmeras IP (digitais) ou analógicas.
Basta que estejam licenciadas e dentro dos requisitos mínimos exigidos para uso. Demandam mais processamento do servidor. Talvez até um ou mais servidores exclusivos para realizar essa operação.
Via hardware (embarcado na câmera)
Depende única e exclusivamente da câmera para tudo. Todos os ajustes de leitura, bem como banco de dados (placas) também ficam na memória do dispositivo.
Não utiliza o processamento do servidor de videomonitoramento. Dependendo da homologação/integração com os VMS do mercado, pode gerar eventos também dentro do software. Veja abaixo um vídeo com uma explicação de como funciona o LPR.





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